Ciência

Luta ou fuga: conheça mais sobre o termo e como afeta o seu corpo

3 de fevereiro de 2021

Modo de luta ou fuga

Compartilhe em:

Você já ouviu falar no termo “Modo de Luta ou Fuga”?

Esta reação do nosso corpo foi descrita pelo médico norte-americano Walter Cannon, em 1915, da renomada escola de medicina de Harvard. 

Este modo é também conhecido como instinto de sobrevivência, é a resposta imediata ao estresse, ao susto ou a qualquer coisa que nos cause hiperexcitação. 

Este é, sem dúvida, o elemento mais essencial para compreender a causa das doenças de ordem física, psicológica e emocional. 

Vem saber mais sobre ele!

O que é o Modo de Luta ou Fuga

Quando uma pessoa (ou um animal) está em um estado normal e calmo, as funções corporais do corpo estão no que conhecemos como “resposta ao relaxamento” ou também chamado de “estado de homeostase”. 

Por outro lado, quando um estímulo externo indicando uma situação perigosa é percebido pelo cérebro, uma mensagem é enviada do córtex sensorial do cérebro através do hipotálamo para o tronco cerebral.

Esta mensagem aumenta a consciência mental, deixando a pessoa mais alerta e atenta ao seu ambiente.  

A reação fisiológica a essa sinalização ocorre antes mesmo que o cérebro da pessoa tenha tempo para avaliar de forma consciente e inteligente a situação.

Ou seja, a reação de luta ou fuga começa antes que a pessoa esteja realmente consciente de qual é exatamente a ameaça ou do nível de perigo que ela apresenta. 

Esta estimulação está associada a ações fisiológicas específicas no sistema, direta e indiretamente, através da liberação de adrenalina (e norepinefrina) pelas glândulas adrenais (ou suprarrenais).

Reações físicas imediatas

Quando esses hormônios são liberados no corpo, eles facilitam as reações físicas imediatas associadas à preparação para a ação muscular violenta – para fugir ou lutar contra a ameaça percebida.

Essas reações podem incluir:

• Frequência cardíaca acelerada.

• Respiração acelerada e superficial.

• Parada na ação estomacal e do intestino superior (digestão).

• Liberação de nutrientes para a ação muscular

• Dilatação dos vasos sanguíneos para aumento do fluxo sanguíneo nos músculos (sangue e glicose correm para os músculos

• Aceleração de reflexos instantâneos

• Aumento da pressão sanguínea e da frequência cardíaca.

Em poucos segundos, o potencial energético total do corpo é ativado, para que se possa lidar eficazmente com a ameaça percebida, combatendo-a ou fugindo dela! 

Como era antigamente

Nos tempos pré-históricos, a resposta humana no modo de luta manifestava-se em um comportamento agressivo e combativo, e a fuga manifestava-se na evasão de situações potencialmente ameaçadoras, como ser confrontado por um predador. 

Este mecanismo foi de extrema importância para a sobrevivência do homem ancestral e mesmo hoje continua sendo importante, na medida em que diversos são os perigos reais que confrontamos no dia a dia, como saber conduzir bem ao trânsito, atravessar ruas, assaltos e outras ameaças físicas, catástrofes naturais, dentre outros.

Esses eventos são perigos reais e, quanto melhor soubermos detectá-los, melhor para a nossa integridade física. 

Como o mecanismo tem sido ativado no mundo atual

O problema, no entanto, é que este mecanismo tem sido acionado de forma muito frequente no nosso mundo atual.

Não porque os perigos reais aumentaram, eles continuam existindo como sempre existiram  – com algumas variações, afinal, não mais fugimos de animais selvagens, mas ainda sofremos ameaças de perigos como assaltos, dentre outros.

A questão é que, conforme as mais recentes pesquisas da neurociência têm sido capaz de detectar, este mecanismo é acionado não só em situações de perigos reais, mas em diversas outras situações. 

O que se observou nas pesquisas é que o mecanismo é acionado em diversas outras situações em que o perigo é apenas imaginário ou apenas uma preocupação. 

Como falamos, a resposta de luta ou fuga é um mecanismo de sobrevivência que nos mantém alertas e prontos para reagir da melhor maneira possível à nossa capacidade física quando ameaçados, sem a qual estaríamos vulneráveis e nossas chances de reagir rapidamente e com a máxima potência seriam significativamente reduzidas. 

No entanto, vivendo em sociedades modernas, os humanos não costumam se deparar com os tipos de emergências que exigem grandes esforços físicos como antes, na pré-história.

Porém, o corpo humano ainda fornece exatamente as mesmas respostas ao estresse para as emergências percebidas no dia a dia. 

Assim, os seres humanos, muitas vezes encontram sua resposta ao estresse ativada em situações onde a ação física é inadequada e/ou desnecessária, por exemplo, em engarrafamentos, reuniões longas, quando as contas chegam pelo correio, etc. 

Na maioria dos casos, hoje, uma vez que nossa resposta de luta ou fuga é ativada, não podemos fugir e não podemos lutar. Temos que nos sentar em nossos escritórios e nos “controlar”. 

Com o maior dinamismo da vida atual, temos agora uma ampla maior de comportamentos, sentimentos e de reações.

Assim, não só situações pontuais, como uma briga no trânsito ou o recebimento de uma conta inesperada, podem ativar o mecanismo, como também situações contínuas, como bullying contínuo, como é o caso de pessoas que vivem em situações de violência doméstica ou vivem uma intimidação no trabalho. 

As reações e o perigo de seus prologamentos

Da mesma forma, a reação também se diversificou.

Assim, a resposta de luta pode se manifestar na forma de raiva, comportamento argumentativo, e a resposta de fuga pode ser manifestada através do isolamento social, abuso de substâncias, compulsões, vícios e até mesmo excesso de redes sociais, televisão, vídeo game, etc. 

Pode incluir, ainda, tentar convencer ou bajular os outros para te deixarem sair de uma situação estressante, lisonjear o agressor, se encolher em obediência ao abusador, tentar agradar e buscar favor de seus algozes, oferecendo alternativas; fazendo qualquer coisa necessária para nos salvar, incluindo se humilhar. 

Ou seja, ao invés de lutar, fugir ou congelar no local, decidimos raciocinar ou racionalizar a situação.

Normalmente, quando a ameaça percebida se foi, nossos sistemas são projetados para retornar à homeostase (função normal através da resposta de relaxamento). 

Mas, em nossos tempos de estresse crônico, isso muitas vezes não acontece, e permanecemos na reação de luta ou fuga por períodos prolongados, causando sérios danos ao nosso corpo e à nossa saúde. 

O corpo não foi feito para estar neste estado por tempos prolongados. Pode-se imaginar que todas aquelas reações do corpo a um perigo percebido desencadeia uma série de reações químicas, alterando o seu andamento normal. 

E essas reações, quando mantidas por tempo prolongado, desencadeiam uma série de disfunções que acabam por resultar tanto em doenças físicas, quanto emocionais, quanto comportamentos indesejados. 

A lista de doenças causadas pelo stress crônico é enorme e inclui dependência de álcool e drogas, anorexia, doenças de pele, câncer, fibromialgia, diabetes, hipertensão, problemas musculares, úlceras, entre outros.

Como resolver este problema

A boa notícia é que podemos cuidar dessa situação, de forma prática e mesmo barata: e esta forma é através da Meditação

Mas como a meditação consegue fazer isso?

Quando paramos em silêncio, fechando os olhos para estímulos externos, acalmando nossa respiração, mandamos para o cérebro o sinal de que está tudo em ordem, e que ele pode relaxar.

Na sequência, o cérebro enviará de volta ao corpo o sinal de que está tudo bem, liberando hormônios como ocitocina, que ajudam na sensação de bem-estar. 

Portanto, durante aqueles minutos em que estamos em meditação, estamos no chamado “estado de homeostase” ou na “resposta ao relaxamento”. Por alguns minutos seu corpo sentirá a sensação de bem-estar. 

Mas os benefícios não se limitam aos minutos em que estamos neste estado.

Com a prática habitual, a mente vai se acostumando um pouco mais a este estado de relaxamento e começa a detectar com maior clareza as situações em que os perigos são reais ou não, ou, ainda, começa a aprender a se defender de situações de perigos imaginários de forma menos estressante, como por exemplo, aprendemos a respirar fundo ao receber um e-mail desagradável e a pensar em uma resposta mais conveniente, aprendemos a evitar uma briga no trânsito, aprendemos a não nos submeter a algozes. 

Os exemplos são inúmeros porque vamos mandando para o cérebro a mensagem de que está tudo bem e o corpo então pode trabalhar dentro da sua forma normal, dando espaço para maior clareza e busca de soluções e, ainda, melhor inteligência emocional. 

Portanto, queridas almas, sentem-se 5 minutinhos, fechem os olhos, respirem lenta e profundamente, e pratiquem! 

Sabemos que ninguém nasce sabendo meditar.

É difícil para todo mundo, não só para você, mas, como estamos te mostrando, os benefícios são enormes.

Com a prática constante, vamos conseguindo fazer cada vez mais tempo, com melhor qualidade.

Acredite!

Gostou desse conteúdo? Veja também como quebrar a barreira inicial na prática da meditação.

Artigos Relacionados

Diversas

Meditação para ansiedade. Como ela pode ajudar?

Espiritualidade

Desvendando o Sagrado Feminino: Energia e Reconexão

Diversas

Energia positiva: o que é e como atrair

Diversas

Um novo ciclo: Renove seus passos e abra caminhos

Faça parte da Comunidade de Meditação do Clube. Entre para o nosso grupo

Quer receber nossos materiais e novidades em primeira mão? Entre para a nossa comunidade e aproveite um espaço de troca de informações, práticas de meditação, informação sobre eventos do clube e muito mais!